O dia pode chegar
quando alguém diz
talvez
ou nunca mais
e não se sabe ao certo
mas supõe-se
que a hipótese das flores
será no entanto
intacta e delicada
e o dia não pede nada
além de algum retrato
no ângulo certo
alguma obra bem-sucedida
ou um amor fervoroso
ora calado.
O dia se resolve
como todos
e ninguém saberá
de onde veio a música
se a chuva foi proposital
e à noite algum luar
enovelado em nuvens
tão passageiro
leve e absurdo
por cima das roseiras
sobre o corpo da terra.
quando alguém diz
talvez
ou nunca mais
e não se sabe ao certo
mas supõe-se
que a hipótese das flores
será no entanto
intacta e delicada
e o dia não pede nada
além de algum retrato
no ângulo certo
alguma obra bem-sucedida
ou um amor fervoroso
ora calado.
O dia se resolve
como todos
e ninguém saberá
de onde veio a música
se a chuva foi proposital
e à noite algum luar
enovelado em nuvens
tão passageiro
leve e absurdo
por cima das roseiras
sobre o corpo da terra.
10 comentários:
Moça, que poema! Você me emudece, quanta beleza!
beijão
Oras, Carpe Diem. E me lembrei do último filme do Wood Alen (Calma, não vi ainda, estou me basenado em crícas, que podem estar erradas): pode ser que funcione. O dia, ou a vida, pode ser que funcione. Pelo menos a ideia pode render um bom poema (embora não se faça poemas com ideias, mas com palavras, porém também não se faz sem ideias - portanto rejubilemo-nos quando somos acometidos por uma ideia). Parabéns, Dade.
Belíssimo o que erecebo logo pela manhãzinha!Obrigada, amiga!
conjecturas e sutilezas, variações que encantam. abraço
O dia sempre se resolve e cai nos braços da noite.
beijos, Dade
O dia segue, se a gente para, ele às vezes nos empurra; às vezes passa por nós, olha para trás e dá uma piscadela.
Beijo, grande poetisa da vida!
A esperança muda de tom, costurada entre os dias e os acontecimentos. Seu poema é belíssimo, Dade. Bj César
a vida se resolve - e nos leva. são infinitas as possibilidades do dia, Dade. deixa a vida nos levar... :) beijo, querida.
Naqueles dias em que um poema se abre pleno.
Que bonito, Adelaide!
Beijos.
Lírica sabedoria. Belo, belo, Dade!
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