terça-feira, outubro 26, 2010

Inventário


Sei do passado
chegadas e partidas
– viver é contar perdas.
Sei do cansaço
as flores e
os ninhos dissipados.

Da urdidura das vozes
tantas vezes
mina uma língua estranha
indesejada.

8 comentários:

Unknown disse...

Dade!


Ninhos dissipados, fazem parte mesmo de um inventário.

Emocionante poema!

Beijos

Mirze

Samuel F. Pimenta disse...

O tempo tem esse espectro de melancolia que nos encanta e inspira. Belíssimo poema!

Tudo de bom,

Samuel Pimenta.

Marcantonio disse...

E, às vezes, essa língua indesejada tem a sintaxe dolorosa dos desejos não realizados.

Um poema que me parece perfeito!

Beijo.

nydia bonetti disse...

uma língua universal - estranha e indesejada - quase um ruído. vozes suaves - algumas, raras, porém audíveis, insistem no presente. belo, dade!

Anônimo disse...

Seus olhos que observam tão atentamente o mundo, mas sem feri-lo, faz da sua poesia uma das coisas mais lindas de se ler, mesmo dorida.

Beijo.

Anônimo disse...

De quantas vozes pode minar essa língua estranha, Dade. É triste e verdadeiro, inevitável. Belíssimo teu poema.

César

Daniela Delias disse...

Quanta beleza nesse inventário, quanto sentimento. Bonito ver o poema surgindo em meio a essas contas todas...bjos, carinho imenso!

Helenice Priedols disse...

Belo esse poema, a exata medida entre o som e o silêncio, distribuídos com maestria.

Abraços

PAZ e LUZ