quarta-feira, novembro 23, 2011

Das dores


Robert Mc Intosh



Doem as previsões
o inacabado
e o cortejo dos sonhos sem futuro.
Doem medos persistentes
e a solidão
irmã gêmea.

Doem os chamados que não se escutaram.

Dói como raiz desenterrada
todo poder injusto
na servidão dos motivos.

Doem as interdições sem rosto
lobotomias incruentas do desejo.

10 comentários:

Unknown disse...

Indignação também causa dor, Dade. Magnífico. Beijo.

Unknown disse...

DADE!

às vezes penso que a vida gói mais que sorri.
"servidão dos motivos.
Doem as interdições sem rosto"

R ainda a dor que provoca o próprio corpo.

É de rara beleza esse poema que fala.

Beijos

Mirze

Ivan disse...

Muitas podem ser as dores.
E este final - "lobotomias incruentas do desejo" - é de uma beleza quase trágica, porque a vida é breve para que isso aconteça.

Beijo, poeta.

Unknown disse...

dói-me um rebanho de interjeições,




beijo

AnaC disse...

Às vezes fico meio assombrada com os poetas, de como criam beleza a partir das coisas de que ninguém quer falar.
O pior é que elas existem.

Beijo, Dade.

Daniela Delias disse...

A beleza desse poema também dói!
Bj, bj!

Adriana Riess Karnal disse...

DAde, sensível, quase que me aproximei dessa solidão.

Anônimo disse...

Como eu sempre digo: poesia também é dor e dor nos eleva.

Beijinho, querida!

Sândrio cândido. disse...

maravilhoso, a dor revestida de belos versos... chegamos a senti-la.
abraços

Jorge Pimenta disse...

nenhum sorriso se povoa apenas de néctares, pólens e mel...