segunda-feira, novembro 14, 2011

Do alto


Décimo andar.
Um dia de mar tão quieto
nem uma brisa leve
na trança do jasmineiro da varanda
onde os insetos dormem.

Ruas desertas
ramos de asfalto quente
no tronco da cidade.

Do alto o mundo contempla
a praia mais afastada
que a vista não alcança da janela.
Alguma coisa ressurge das camadas
de sílica e distância
a sombra tatuada bem ao fundo
e coisas flutuando no silêncio
alguém que se imobiliza
e dilacera.

O mar travado
a vida
em transe.

8 comentários:

Bípede Falante disse...

O mar travado é uma sensação que eu já havia tido mas nunca tinha conseguido verbalizar.
Que beleza tão rara!
beijoss

Teté M. Jorge disse...

Gostei por demais!

Beijo carinhoso.

Sérgio Luyz Rocha disse...

Me senti tranquilo ao ler. Uma tranquilidade meio triste...bons poemas despertam sentimentos...

Abraço!

Enylton disse...

Belíssimo, Dade.
Beijos.

Ivan disse...

Um poema perfeito e emocionante.

Beijo do Ivan.

Unknown disse...

MARAVILHOSO, Dade!

A sensação do travo do mar empata com o transe da vida.

Beijos

Mirze

AnaC disse...

Lindo, Dade, muito lindo!

Beijosss

césar disse...

Alguém do décimo andar pode ver tudo isso, só depende dessa vida em transe.

Beijos.