sexta-feira, outubro 12, 2012

Momento


A chuva se recria
nas folhas da amendoeira
e a noite canta
na franja dos telhados
a madrugada líquida que chega.

É tanto o que independe
de nós

aos olhos mais atentos
– as luzes vacilantes nos suprimem
e nada saberemos dos bichos escondidos
do escuro mais escuro –
nada
de tudo que subsiste
sem que os sentidos registrem.

9 comentários:

Tania regina Contreiras disse...

A madrugada é fêmea e água. E há momentos que rewspingam poesia.
Beijos, Dade

Ivan disse...

E os sentidos não abrangem tudo...
Mais um poema de grande beleza, Dade.

Beijos do Ivan.

Fred Caju disse...

Chuva que não se recria passa batida, é apenas chuva.

Teté M. Jorge disse...

Gosto do seu versejar... encantadores versos...

Bom fim de semana.
Beijo carinhoso.

césar disse...

Sempre me sinto em casa, lendo seus versos.

Beijo.

Daniela Delias disse...

Há muito que não registramos, e está lá. E está aqui, nas entrelinhas do poema...

Belíssimo, Dade!

Um beijão!

Enylton disse...

Muito belo esse poema, Dade!

Beijos nossos.

Bípede Falante disse...

e é esse tanto que nos pesa tanto e tudo...

beijoss

Unknown disse...

os sentidos tão sentidos,


beijo