terça-feira, maio 11, 2010

Sina


Dividiu a casa
com quem mal conhecia
até perder as asas.

Entortou o rumo
com quem só construía
paredes fora do prumo.

Viveu pelo que não era
sempre o outono
comendo a primavera.

7 comentários:

Anônimo disse...

Repartir certas coisas pode roubar-nos pedaços.
Perfeito!

Beijo, poetisa.

Amélia disse...

Belo e desalentado.Posso usar no meu blogue?beijo

João A. Quadrado disse...

[a arquitectura impossível, é transparente e tangente de palavra; existe, sem ou por querer]

um imenso abraço, Amiga Dade

Leonardo B.

José Carlos Brandão disse...

Dade, um poema da perda. O homem convive com a perda. Resta-nos ver o que tem de beleza nas asas perdidas (tivemos asas!), na falta de rumo (podemos ver a paisagem) e no outono (o seu ouro sempre belo).
Beijo.

Anônimo disse...

a história que se repete tantas vezes, e mesmo assim nada ensina. o que sabemos só se aprende a cada nova história. é da vida... beijo
AnaG

Martinez disse...

ótimo, emocionante

Unknown disse...

troca de estações, sina de poesia. gostei um bocado. abraço