salvam o olhar
do invisível.
Os poetas falam a mesma lingua, com a graça de se aproximarem pelas diferenças.
E como ter em casa os amigos mais queridos é um privilégio, e não se pode abrir mão disso, a partir de agora, Inscrições transcreve poemas de blogs amigos.
De José Carlos Brandão, do Poesia Crônica:
O tear
Estou no meio da ponte, olhando o rio.
As águas negras regurgitam lá embaixo
Como um pulmão. As árvores, as estrelas
E os peixes pulsam.
A mulher tem um pinheiro na língua e canta.
O menino relincha como um cavalo.
A lua se admira no espelho d’água.
Contemplo o espetáculo do mundo.
Os cães disputam o osso da tarde.
A sombra é pouca para tanta luz.
É minha a paisagem.
O tear tece a trama de Deus.
Vai nascer o pássaro do êxtase.
Eu sigo arando a terra com a palavra.
10 comentários:
[só mãos especiais sabem as cores que se tecem nesse tear]
um imenso abraço, Amiga Dade
Leonardo B.
tessituras de teares, e olhares plurivalentes,
abraço
José Carlos e sua poesia naturalista sempre me faz adentrar a mata, e sem medo.
Boa escolha.
Beijo, querida!
Dade, é um prazer e uma honra estar aqui. As minhas pedras e o meu mato agradecem.
Um grande abraço.
Oi Dade,
Lindo post e o poema-amigo!
Eu não o conhecia, mas vou visitá-lo hoje mesmo.
Que boa foi (como sempre aliás) a nossa aula hoje!!
Concordo contigo: a poesia nos aproxima apesar das diferenças.
Beijos e bom final de semana!
Carol
Que bela iniciativa?!
Parabéns pela escolha do poema!
Abraços,
Lou
Dade,
É como se oferecesses a tua casa para aqueles saraus de poesia que poetas de outrora realizavam, como a dar à palavra o ritual de uma ciranda, dita de mãos dadas, num partilhar extasiante.
Parabéns por seres assim.
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Beijos.
Katyuscia
Dade,
De parabéns pelo blog. Muito bacana. Obrigado pelo comentário em Consoantes Reticentes. Abraços e bom feriado.
Brandão é ótimo poeta. Bom encontrar um exemplo de sua poesia aqui.
ah... como isso é bonito - o poema, a poeta, os poetas, os amigos... casa caiada - tecida poesia. beijooos
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