Olhares que se entregam
padecem o anonimato aceso
de uma febre
nome tecido a fogo e pensamento.
O chão baldio onde as palavras caem
inverte as estações semeadas pelo vento.
Olhares que suplicam
suportam a pele em pétalas se abrindo.
Hoje o poema-amigo é do baiano Assis Freitas:
Hoje o poema-amigo é do baiano Assis Freitas:
Canção de entreter girassóis
Deste mundo que não me tenho
Porque não me pertencem as auroras
Queria te oferecer umas prendas doces
Um pequeno travesseiro de assombros
Para que repousasses
No desassossego da palavra
E quando acordasses tardezinha
No sol alto de uma manhã infinda
Te fizessem festa nos olhos cansados
Meu espanto de menino e esta rubra cantata
Porque não me pertencem as auroras
Queria te oferecer umas prendas doces
Um pequeno travesseiro de assombros
Para que repousasses
No desassossego da palavra
E quando acordasses tardezinha
No sol alto de uma manhã infinda
Te fizessem festa nos olhos cansados
Meu espanto de menino e esta rubra cantata
11 comentários:
Sinto que os dois peomas se completam. O seu, de uma grande delicadeza - "a pele em pétalas se abrindo." O do Assis Freitas, "Canção de entreter girassóis" - que título tão bonito! - recolhe sua doçura mais diretamente da natureza, singeleza e encantamento de menino poeta.
Beijos.
O olhar de pétala sobre uma "Canção de entreter girassóis".
Lindos!
Dade, seu poema é belíssimo e ficou um encanto perto do escrito do Assis, que é o poeta com uma das almas mais belas e sensíveis que já vi.
Sou fã de vcs dois!
Beijos.
é com grande felicidade que me vejo aí ao lado dos teus versos fazendo coro na poesia. obrigado Dade por este momento especial,
meu abraço
Querida amiga Adelaide, teus lindos e delicados poemas tocam minha alma! E este teu, "Olhares", parece dialogar com o poema de Cummings que publiquei recentemente no blog, com sua suavidade de pétalas, sua agridoçura e mistério! Beijos pintados e alados!!!
Boas companhias por aqui...
Belos poemas, coração aberto aos amigos - tudo de bom!
Beijos
JN
Dade, poesia pra todo lado. Andei procurando um livro pela web e acabei no http://nonleia.blogspot.com/. Imagino agora que cheguei lá para conhecer o seu trabalho, que encontrei como link do Não Leia. Umbigo do Sonho. Amei a aranha incansável, tecendo, estranhando os estranhos cursores, mas continuando seu trabalho. Pra mim foi inspirador esse encontro. Parabéns.
Dade,
Que linda combinação:
"O chão baldio onde as palavras caem e um travesseiro de assombros..."
Tão lindo quando as palavras, como os sentimentos se completam, não é?
Beijos e um domingo cheio de sol e pequenas ternuras!
Carol
sinto perfume por aqui. doçura que só... os dois - no mesmo tom. beijoos
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