segunda-feira, abril 18, 2011
Mariana cantochão
Fundo silêncio antigo derramado
pelas encostas sem fim de Mariana
a dissolver os passos na calçada.
À flor da terra antiga
a paz ainda exorciza a guerra
espera
e o silêncio rege as vozes dos negreiros
terreiros e navios
nos portos estrangeiros
falsa pátria.
Dentro de cada igreja no domingo
dezenas de mulatos e velhinhos
negros os filhos
netos da senzala órfãos
da liberdade
revezam deuses plantados na memória
a cada dia menos colorida.
Pele clareada
adormecido o banzo
os nomes dissolvidos
na língua que esqueceram
rebatizados devotos
brancos
chamam-se agora de Souza, Leira
da Silva e do Calvário.
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8 comentários:
Blo poema para uma cidade que gosteio muito de visitar...Baijo
Dade!
Mariana merece um poema e sendo seu, fica mais linda a cidade.
Tantos segredos e mistérios dentro de cada Igreja!
Beijos
Mirze
Reflete bem o clima dessa cidade que para mim é mais bonita ainda do que Ouro Preto, sua vizinha famosa. Há mais quietude e silêncio em Mariana, apesar da tristeza que me parece pairar nos ares.
Beijo
Ivan
Oi Dade,
bonita descrição poética daquela cidade mineira de um história forte e marcante e de muita beleza...Bj.
Lindo louvor a Minas, Dade. De arrepiar. Parabéns.
É a história desenhada nestas palavras, espalhada em linhas e em versos. É Dade, é poetisa, é sensibilidade.
Boa Páscoa, amiga. Forte abraço.
Um belo poema a uma cidade que não conheço, mas gostava...
Um beijo e Boa Páscoa.
Dade,
Das cidades de Minas que ainda não conheço, Mariana está entre elas. Mas pelo teu poema já a imagino tão bela. A foto é muito bonita (posso roubar? é sua?)
Feliz Páscoa, amiga, que seu coração seja renovado de paz e poesia!
Beijos,
Carol
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