sexta-feira, junho 10, 2011

Outono do Rio



O vento é frio.
Ecos avulsos de vozes distantes
contam sua pressa de encontrar abrigo.

Da janela olha sem ver
cenários desenhados
muros calçadas
as árvores sem folhas
que vão servir à construção
do inverno.

Quando chega o outono
do mar aos morros
as vidas da cidade compõem
constelações
e os olhares entristecem um pouco
para a estação da espera.

7 comentários:

João A. Quadrado disse...

[Serena construção do mundo, de estação em estação, pela idade da nossa palavra adentro]

um imenso abraço, Amiga Dade

Leonardo B.

nydia bonetti disse...

Parece que andamos todos em busca de abrigo... Beijos, dade.

Ilaine disse...

Construindo o inverno... O outono tem um estigma de tristeza. Uma poesia silente, leve e tão bonita. Beijo

César disse...

OOutono e os olhares entristecidos têm tudo a ver.
abraço

Marcantonio disse...

Eu adoro o outono dos céus mais belos, é a mais humana das estações com suas quedas e perdas de células, digo, folhas...

Beijo, Dade.

Úrsula Avner disse...

Oi Dade, a melancolia em seus poemas encanta... Bj.

Anônimo disse...

Nossa, vi uma cidade personificada, o rosto desenhado em seu poema.

Muito bom, flor.