Viver é praia de rastros
apagados pelo mar.
Entre tudo que acontece
quantas vezes se revelam
as duas caras do tempo.
Guardados
coisas, retratos
letras que um dia brilharam
e de repente apagaram
os nomes esquecidos
como vestidos
fora de uso.
De longe nos chegam rastros
que se julgavam perdidos
e entanto nos cravam fundo
suas lâminas de dor.
9 comentários:
Perfeito, Dade!
"Viver é praia de rastros apagados pelo mar".
Quando esses rastros voltam, a face é de dor mesmo. Acho que o retorno de memórias que já se foram é sempre ruim!
Mas só você me fez entender o porque nesse poema tão perfeito.
Beijos!
Mirze
Bárbaro Dade, adoro seus poemas.
E as vezes tem-se até mais que duas caras.
Um beijo
Oi Dade, lindos versos num encantador lirismo. Bj.
A gente achando que os rastros foram apagados pela água, mas estão lá, sulcados na areia subterrânea do corpo.
Beijo.
O tempo, como quase tudo neste mundo, tem mesmo duas caras. Uma delas é ilusória e a outra é desilusão.
Poema exato e muito verdadeiro, amiga.
bjsss.
Lindo demais, Dade!
As suas palavras delizaram em mim, assim como as lágrimas em meus olhos. Não sei se estou sensível, ou se foram as suas palavras que tocaram a minha alma...
Beijos e beijos linda...
P.s.: estou a espera das suas palavras no Marés. (rs)
Quando o guardado se torna presente; tão presente que sentimos a hora. Beijos, amiga Dade!
Jefferson.
O primeiro verso me traz uma imagem muito bela, gostei muito.
abraços
as faces do tempo, de tempos em tempos retratos descolorem
beijo
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