Foto Roy Decarava.
Procuro
minha casa
morando
em todas as casas do mundo.
Contemplo
o mar de todas as janelas
e
a vida dos armários
em
busca de segredos escondidos.
Passeio
nas varandas
nas
paisagens
com
os olhos curiosos de um herdeiro.
Existe
em cada casa um ser incerto
que
já se foi e ficou
rondando
as sombras
durando
paralelo
como
um perfume
um
voo
fotografado
e preso na gaveta.
E
numa tarde
à
luz de uma vidraça contra o vento
se
alguém disser – lembra dele?
o
ausente convocado será
por
um momento
pleno
como um coração que bate forte.
9 comentários:
Arrepiei!
Toda casa é viva, repleta de seus seres mortos.
Beijo.
DADE!
Fantástico "os olhos curiosos de um herdeiro" e todo o poema, claro!
Beijos, querida!
Mirze
a casa que me habita é só rasgo de memória,
beijo
"Passeio nas varandas
nas paisagens
com os olhos curiosos de um herdeiro."
Formidável isso! Define tão bem esses misteriosos vínculos de identidade que nos une a tanta coisa que "desconhecemos".
Um poema e tanto!
Beijo, Dade.
Ps: E que foto, hein?!
Casa é um tema tão rico, tão inspirador, a começar pela nossa própria!
Beijos
Em toda casa, em todas as paredes e mesmo em todas as paisagens a presença e a lembrança de nossos momentos fica para sempre, como peças de um quebra cabeça que nos constitui. Lindo poema Dade, beijos!
"Olhos de herdeiro" para avaliar a casa do momento. Belo belo.
Beijos, querida Dade.
Uau....
Há vida nas linhas da casa...
Beijos
Muito bonito
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